Terreiro Urbano é uma criação da Cia Treme Terra produzida em 2011, obra inspirada na mitologia dos orixás, baseada na representação simbólica de um xirê, cerimônia tradicional de saudação e exaltação aos orixás, uma sequência de danças que inicia com Exú, perpassa por diversos orixás e finaliza com Oxalá. Elaborado sob o pensamento estético e político da Dança Negra Contemporânea, o Treme Terra faz uma releitura contemporânea das manifestações culturais oriundas da diáspora africana, fundamentada nas mitologias afro-brasileiras, concatenando as ritualidades, cantos e movimentos intrínsecos aos orixás, entidades que representam as forças da natureza e recebem a incumbência de criar e reger o Aiyê (Terra) em conexão com o Orum (Céu).

​

 

Com o intuito de investigar o terreiro tradicional em ambiente urbano repleto de signos e experiências marcadas por uma grande metrópole como São Paulo, as danças expressam o sagrado em movimento, simbologias ancestrais ritualizadas, memórias de um passado em diálogo com as situações sociais, políticas e culturais presentificadas na sociedade atual. Neste espetáculo, a Dança está imbricada nos ritmos dos tambores, canções tradicionais e composições musicais autorais que são executadas ao vivo.

​

 

O espetáculo Terreiro Urbano tornou-se um clássico da Cia Treme Terra, tendo em seu histórico mais de 100 apresentações, realizando turnês pela Alemanha e Bulgária (2013), diversos estados do Brasil, participando do Circuito Sesc de Artes (2018), apresentando-se em importantes palcos como o Teatro do Sesc Vila Mariana, Teatro Sérgio Cardoso, Teatro do Sesc Belenzinho, Auditório do Masp, Auditório do Ibirapuera, Teatro Cacilda Becker, Itaú Cultural, entre outros. Em 2019 realiza a apresentação memorável no Theatro Municipal de São Paulo, tornando-se uma das primeiras Cias de Dança Negra a ocupar esse espaço com um repertório autoral de dança.